segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Chapeuzinho Vermelho em Tempo de Pandemia

Peça teatral Chapeuzinho Vermelho foi encenada pelos alunos do Curso Livre de Teatro Infantil de Jacobina, neste espetáculo todos os personagens usam máscaras para se protegerem do CORONAVÌRUS. Os alunos-atores que apresentaram foram: Agatha, Karolina, Gabriel, Arthur, Ivana Rebeca, Katylen, Ramon, Ana Paula Conceição, Ubirajara Filho e Maria Helena.

domingo, 13 de dezembro de 2020

O FRIO PODE SER QUENTE


Esta apresentação O FRIO foi realizada pelos alunos do 3º B do Tudo depende do ponto de vista. Tempo e espaço mudam de acordo com o olhar. As coisas podem ser grandes ou pequenas, depende de onde se vê. O melhor é conseguir ver dos dois (ou mais) jeitos. Autora Jandira Masur

COREOGRAFIA MEMÓRIA DO MARCO 2018

O MAGICO DE OZ MEMÓRIA DO MARCO 2018


O Mágico de OZ, esta peça foi encenada no ano de 2018 no pátio do Colégio Estadual de Ourolândia, durante a realização do 12ª Edição do Movimento de Arte Educação e Cultura de Ourolândia que veio como tema CORPO, ALMA E CORAÇÃO.

Movimento de Arte Educação e Cultura de Ourolândia 2018


12ª Edição do Movimento de Arte Educação e Cultura de Ourolândia, Mário Silva(Professor Jacimário Alves, Professor Almerindo Valois, Profefessor Clodoaldo Pereira e Professora Geovana Souza na abertura do Projeto do MARCO 2018 com o tema CORPO, ALMA E CORAÇÃO. MEMÓRIA DO MARCO 2018.

UMA LONGA NOITE-MEMÓRIA DO MARCO 2018


Foi apresentada pelos alunos do 3º EM do Colégio Estadual de Ourolândia, foram orientados pela Professora de História Marihen Nogueira. Memória do Movimento de Arte Educação e Cultura 2018.

O Encontro do Espantalho com o Mágico de OZ- Memória MARCO 2018


A peça aconteceu durante a realização do 12º Movimento de Arte Educação e Cultura de Ourolândia no pátio do Colégio Estadual de Ourolândia em 2018, nesta cena os alunos contam com a participação especial da Professora de História Marihen Nogueira interpretando uma das fases do Mágico de OZ.

sábado, 12 de dezembro de 2020

COREOGRAFIA LOUVANDO O SENHOR-MEMÓRIA DO MARCO 2018

COREOGRAFIA 03 MEMÓRIA DO MARCO 2018

COREOGRAFIA 02 MEMÓRIA DO MARCO 2018

ARTHUR MEMÓRIA DO MARCO 2018


O Poeta, Ator e Diretor de Teatro Arthur da cidade de Morro do Chapéu veio prestigiar o Movimento de Arte Educação e Cultura de Ourolândia- MEMÓRIA DO MARCO 2018

MÚSICA NO MARCO 2018


Os alunos do Colégio Estadual de Ourolândia mostram Guilherme, Silas e Paulo Vitor mostram seus talentos artísticos. Memória do Movimento de Arte Educação e Cultura de Ourolândia 2018.

Cicero Matos prestigiando o MARCO 2018


Foi com muita alegria que o Movimento de Arte Educação e Cultura de Ourolândia, recebeu o artista Artista plástico Cícero Matos e sua esposa Aurivone Ferreira- MEMÓRIA DO MARCO 2018.

MACULELÊ- MEMÓRIA DO MARCO 2018


Maculelê é um tipo de dança folclórica brasileira de origem afro-brasileira e indígena. Foi apresentado pelas alunas do EJA. MARCO- Movimento de Arte Educação e Cultura de Ourolândia 2018.

CENA DA CRUCIFICAÇÃO DE JESUS MEMÓRIA DO MARCO 2018


Cena da Crucificação de Jesus- encenada pelos alunos do 3º ano do Colégio Estadual de Ourolândia. - Memória do MARCO- Movimento de Arte Educação e Cultura de Ourolândia 2018.

Coreografia do 2º EM matutino MEMÓRIA DO MARCO 2018


Coreografia das alunas do 2º EM matutino do Colégio Estadual de Ourolândia. Memória do Movimento de Arte Educação e Cultura de Ourolândia 2018

sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

JESUS PERANTE PILATOS MEMÓRIA DO MARCO 2018


Cena de Jesus Perante Pilatos, o aluno Anselmo interpreta Pilatos, Anderson representa Jesus, Albert - Sacerdote Caifás e Apolônio Sacerdote Caifás.
Esta apresentação aconteceu na 2ª Edição do Movimento de Arte Educação e Cultura de Ourolândia 2018.
Tema: Corpo, Alma e Coração.

JESUS PERANTE HERODES MEMÓRIA DO MARCO 2018


Cena Jesus é levado até Herodes, o aluno Bruno interpreta o Rei Herodes e Anderson Jesus.
Esta apresentação aconteceu na 12ª Edição do Movimento de Arte Educação e Cultura de Ourolândia 2018. Tema: Corpo, Alma e Coração.

ABERTURA DO MARCO 2018 TEMA CORPO, ALMA E CORAÇÃO

JESUS NO MONTE DAS OLIVEIRAS MEMÓRIA DO MARCO 2018


Cena de Jesus sendo tentado por Satanás no Monte das Oliveiras, Anderson representou Jesus Cristo e Jalisson fez o Satanás. Esta apresentação aconteceu na 12ª Edição do MARCO- Movimento de Arte Educação e Cultura de Ourolândia. na área externa do Colégio Estadual de Ourolândia no ano de 2018.

PAIXÃO DE CRISTO CENA 2 MEMÓRIA DO MOVIMENTO DE ARTE EDUCAÇÃO E CULTURA ...

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Senectude Precoce

 

Envelheci. A cal da sepultura

Caiu por sobre a minha mocidade...

E eu que julgava em minha idealidade

Ver toda geração futura!


Eu que julgava! Pois não é verdade?

Hoje estou velho. Olha essa neve pura!

Foi saudade? Foi dor? foi tanta agrura

Que eu nem sei se foi dor ou foi saudade!


Sei que durante toda travessia

Da minha infância, trágica, vivia, 

Assim como uma casa abandonada.


Vinte e quatro anos em vinte e quatro horas...

Sei que na infância nunca tive auroras,

E afora disto, eu já não sei mais nada!


Augusto dos Anjos


BACO OU DIONÍSIO QUAL É O DEUS DO TEATRO?

 

BACO OU DIONÍSIO QUAL É O DEUS DO TEATRO?

LIBER PARTER
Deus da vinha, da fertilidade, das plantações, das rebeliões, da virilidade, proteção contra a inveja e principalmente da liberdade inclusive das mulheres. As adorações ao deus Líber eram chamadas de liberálias ou liberatos, geralmente eram festas com bebedeiras de vinho, danças, músicas que afrontavam aos seus governantes dando o sentido de liberdade e rebeldias em aqueles que os lideram, sexo e sacrifícios de animais. Era um deus romano que aparece antes do deus Baco mas com a mesma característica, nas suas adorações apareciam dramatizações em que os camponeses desobedeciam os seus senhores. Historiadores informam que Baco é uma confusão em Roma entre Liber Dionísio da Grécia.
 Liber era também adorado na Itália como o filho da deusa romana Ceres e irmão de Líbera (que quer dizer livre). Com a contração de diversas culturas e etnias dos países invadidos pelo império romano, na sua diversidade surge uma confusão ao longo da história entre Liber e Dioníso no nome de Baco.

 As adorações ao deus Líber começam a atingir exageros chegando a serem proibidas pelo estado já que o mesmo temia um certo descontrole com a plebe facilitando rebeliões. Em 186 a. c. o estado decreta a proibição dos cultos ao deus Líber Parter “o pai da liberdade” como assim foi chamado.


Em, imagem se ver Liber diferente de Dionísio e Baco, ao em vez de jovem ele aparece um senhor com barbas grandes, com um grande órgão genital, segurando uma balança e ou com um cacho de frutas sobre o pênis.

 BACO
 O deus Baco é uma divindade adotada até mesmo pelos imperadores romanos, é o deus dos exageros da fertilidade, do vinho,  da ebriedade e especialmente do sexo. O deus Baco em Roma é filho do deus Júpiter (referente a Zeus) com a mortal Sêmele. Segundo a história quando Sêmele ainda estava grávida Juno (referente a Hera) com ciúmes enganou Sêmele pedindo que a mesma pedisse a júpiter que aparecesse em seu esplendor original, quando isso aconteceu Sêmele não suportando ficou só as cinzas, júpiter pegou o feto e terminou a gestação em sua coxa esquerda até o nascimento.

 Quando adulto Juno ainda com ciúmes cega Baco, e, ele vaga pelo mundo até a deusa Cibelle curar e lhe ensinar seus cultos e ele descobre os segredos da vinha, com o suco da uva transforma em vinho.

 Curado, ele sai pelo mundo ensinando seus ritos e os segredos do vinho passa pela Itália, Ásia e pela índia. As festas em seu nome eram chamadas de bacanais ou bacanalhas; geralmente com músicas, danças, sexo, comidas diversas, ebriedades, os seus adoradores eram chamados os bacantes; as festas eram também chamadas de festas bacantes. 

 Os bacanais foram proibido depois do cristianismoRoma era uma terra politeísta e com a entrada do cristianismo foi taxado todo os seus deuses como pagãos e os ritos de sacrilégicom ameaça da pena de morte.Com tudo o maior apogeu do deus era mesmo em Roma.
 Assim, mesmo as escondidas, ainda era praticado os ritos tanto a Baco quanto a outros deuses mas  em Roma.
Baco geralmente aparece um jovem nu ou apenas com um manto, segurando um cântaro,  alguns cachos de uva e frutas.


DIONÍSIO
Deus grego, é um dos únicos ou se não o único dos deuses da antiga Grécia venerado até hoje, por atores de teatro, de cinema e outros, o mais próximo do teatro devido sua história, forma de adoração e o surgimento das tragédias e comedias durante os coros dos ditirambos em seus cultos.

 Dionísio é filho do rei dos deuses o grande Zeus com uma mortal, a princesa de Tebas Sêmele filha de Cadmo o rei e fundador da cidade estado e da rainha Harmonia.

Zeus seduziu Sêmele se passando por homem, lhe prometeu qualquer coisa jurando pelos votos do Estige, juramentos esses que nem as divindades poderiam descumprir,  ao engravidar Sêmele, a deusa Hera irmã e esposa de Zeus  com ciúmes, se passou pela ama de Sêmele e no sexto mês de gestação pediu a ela que fizesse um teste a Zeus, pedindo que o mesmo aparecesse em sua forma de Deus, assim Sêmele fez, Zeus sabendo que Sêmele não suportaria tal evento tentou dissuadi-la, mas ela insistindo e o juramento foi pelo Estige, Zeus se fez. Sêmele não suportou seu esplendor, Zeus pegou o feto de dentro das cinzas e terminou a gestação em sua coxa.

Ao nascer, daí a origem do nome Dionísio, nascido duas vezes (referente hoje em dia ao ator de teatro “nascer novamente”), duplo nascimento Dio = dois, niso  referente a nascimento. Depois do nascimento Zeus entregou o bebê aos seus tios maternos, sabendo, Hera os – enlouqueceu. Para evitar nova investida de Hera, Zeus levou o bebê  para ser criado no asilo das dríades, dos sátiros, das ninfas e do tempo onde nem os deuses podem invadir. Depois de grande quando sai do asilo, Hera cega Dionísio e o mesmo sai vagando pelo mundo até encontrar - se com a deusa Cibelle ou Réia, uma deusa titã da cultura, da natureza e da fé, é filha de Gaia (terra) e Urano (céu) na Frígia, a deusa lhe curou e lhe ensinou seus ritos, depois Sileno lhe ensinou a arte da fermentação do vinho, da natureza, da fertilidade. Dionísio ficou responsável em ensinar os segredos do vinho para os mortais ficando sobre si o poder da fermentação, daí ficou conhecido como o deus do vinho.

 O vinho como o nécta dos deuses, proporciona a ebriedade que lhe leva ao seu íntimo mais profundo, onde mora a natureza dos homens, assim o vinho é a chave e a ebriedade é a porta para o contato com os deuses. Por isso Dionísio é um deus presente.

Depois de passar pela Ásia, implantar o cultivo da uva e do vinho, passa nas Índias retorna a Grécia, peregrinou muito mas tendo sucesso até se tornar um deus do Olimpo e se reunir entre as assembleias sagradas, conquistou esse posto com sua popularidade, porque no olimpo só quem subiria eram os deuses titãs que eram os vencedores da guerra dos titãs e consequentemente os mais fortes, sábios e adorados. Dentro dessa perspectiva o grande fenômeno que quem fortalece um deus e seu mito é a quantidade de adoradores, quanto mais pessoas tem fé em um deus, mais esse se torna o mais poderoso, conquistador de crenças, de emoção e delírios por uma causa, várias causas ou todas as causas em seu nome, é esse o seu terreno e império, que o-faz ainda mais forte. Logicamente quanto mais um deus perde fieis mais esse se torna mais fraco até ser esquecido, o esquecimento é o único veneno que mata um deus. Todo deus para ser forte depende da sua quantia de adeptos, crentes e adoradore, quanto mais pessoas que dizem que mata e morre pelo seu deus como extremo da fé, mais isso torna seu deus mais forte, quanto mais a pessoa busca a esse deus acreditando na sua ajuda de qualquer forma, mais torna-o mais forte. Consequentemente os milagres acontecem quando um deus tem muita gente em seu nome, e, quanto mais milagres acontecem em nome desse deus mais ele conquista mais gente ainda que vai em busca dessas dádivas que esse deus oferece, ele se torna mais forte ainda por ser o mais conhecido e venerado, é como uma bola de neve.

Foi isso que aconteceu com Dionísio em relação a ebriedade do vinho, as fertilidades dos campos nas plantações e das pessoas, o prazer nas festas (DITIRAMBO), vendo que esse prazer festeiro aliviava a angústia e os sofrimentos da alma, e isso vira uma cura na alma, um milagre atribuído.


Outra forma que um deus aumenta sua popularidade se tornando mais forte e mais poderoso, é quando esse tem a sorte de ter um grande imperador ou grandes líderes de pessoas como seus adoradores, isso porque esse líder faz com que seus súditos adorem ao seu deus junto com ele, ao acontecer algo que tenha sido grandioso na vida desse súdito, é automaticamente atribuído ao deus como poder fazendo o deus mais ainda acreditado. Quando é do império a obrigação de adorar a esse deus, sob castigo até de morte o descumprimento, com o tempo e gerações as pessoas passam a não conhecer um outro deus, sofrendo assim uma alienação e rejeitando qualquer outra proposta de adoração. Era dessa forma os deuses se perpetuavam dentro dos seus feitos por séculos. 

Os ritos a Dionísio eram chamados de dionisíacas, as dionisíacas eram perambuladas em uma procissão de nome ditirambos, os ditirambos eram grandes odes musicais tocadas com tambores, liras, flautas e puxado por coros oníssono de 50 homens divididos em 5 por aldeia. Era presentes vinho, máscaras e vestimentas representando sátiros e  ninfas carregando um grande falo referente ao sexo, a fertilidade, a natureza e ao prazer. Durantes os coros eram soltado os gritos de evoé que era grito de saudação, evocação de alegria ao deus (os evoés também eram atribuídos a Baco em Roma). Os coros evoluem a categoria de dramas (o mesmo que ações). Por aí, os coros são organizados com os coreutas ou corifeus em perguntas e respostas, no fim da procissão era sacrificado um trago (bode), os coros eram referentes a morte do trago (bode) e esse dá-se o nome de tragoedias ou tragosoidés (o que se chama de tragédia), cantos ao bode, trago = bode, odia ou ode = canto. Os cantos ao bode eram acontecidos principalmente em Atenas e no monte do Timelys para ser visto e ouvido por todos, que em grego thea tron (teatro) “para ser visto” as dramatização com as odes ou cantos contavam o sofrimento dos grandes líderes, reis e até mesmo deuses, a história conta uma catarse, a catarse é uma purificação através do sofrimento, com o tempo as tragédias (tragoedias) evoluem chegando aos grandes tragediólogos que contam histórias de grandes heróis em que a proeza e o sofrimento se fundem.

Diferente das tragédias, as comédias cantavam os contos do povo mais simples chegando a evoluir também com os grandes comediólogos, com sua característica e máscara específica. A palavra comédia deriva da palavra komoidé que quer dizer atos burlesco, mas religioso. A máscara da comédia é um rosto alegre, rudimentar representando a ebriedade, o prazer do sofrimento daqueles que os oprime por ser superior, a em prantos representando é a da tragédia, é o efeito do destino inevitável que para uma purificação ou métron, um sofrimento a catarse. 

Aristóteles diz que a comédia surgiu dos cortejos fálicos, em que os jovens saiam nus com máscaras as vezes de animais, brincando com as pessoas em suas casas. Teria sido Suzárion o primeiro a organizar os coros cômicos em Icária um distrito da cidade Megária, dionisíaca rural.

Os ditirambos tinha as grandes dionisíacas urbanas e as menores rurais.


Geralmente Dionísio é representado como um jovem de grandes cabelos loiros, as vezes nu como a maioria das representações gregas aos deuses, as vezes com um manto cobrindo parte do tronco, meio embriagado, alegre com uma taça de vinho junto a uma Sátiro com cachos de uvas.

REFERENCIAS:

segunda-feira, 23 de novembro de 2020

PEÇA TEATRAL CHAPEUZINHO VERMELHO

 

 

Peça Teatral

Chapeuzinho Vermelho

Curso Livre de  Teatro Infantil

 

ADAPTAÇÃO: MÁRIO SILVA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Personagens

Personagens

01-Dona Chapelão- 

02-Caçador-

03-Chapeuzinho-

04-Coelha 1-

05- Anjo-

06- Vovozinha- 

07-   Lobo Mau-

08- Limoeiro - 

09-  Jaqueira-

10- Mangueira

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

1ª CENA

Cenário

(Uma casinha tendo ao fundo uma floresta, a casinha   deve ter   telhado porta e janela tudo em tamanho pequeno.)

Anjo - ( Gritando)Tem alguém em casa? Tem alguém  em  casa ?

Anjo- (A parte para plateia) Será que ela saiu? Preciso falar com Dona Chapelão Urgente!

Anjo- (Grita novamente) Dona Chapelão! Dona Chapelão!

Dona Chapelão ( Com máscara)- Que zoada é  essa ?   Pare de gritar!   Eu não sou surda!  Esta incomodando toda a vizinhança.  O que você quer menino?

Anjo- É que...

Dona Chapelão- Fale logo menino!  Tenho muito que fazer!

Anjo- É que...

Dona Chapelão- Se não vai falar nada! Me dê licença que estou terminado um bolo para levar para mamãe.

Anjo- Trago noticias da vovozinha!!A senhora não está me conhecendo? Sou eu que cuido da vovozinha e venho lhe contar.

 Dona Chapelão ( Nervosa quase chorando)-  Meu Deus!!!  O que aconteceu com a vovozinha? Fale logo!

Anjo- ( Nervoso)  Estou com sede, me dê um copo d’água.

Dona Chapelão- ( Aflita ) Antes de beber a água higienize as mãos com álcool gel. Pronto beba a água. Agora está mais calmo?

Anjo- Estou.

Dona Chapelão- Agora me conte tudo, não me esconda nada!

Anjo- Eu vim lhe falar duas coisas mas esqueci da primeira, então vou falar a segunda, estou muito preocupado com  a vovozinha, ela está muito teimosa e não  quer usar a máscara,  como a senhora sabe, ela é do grupo de risco e tem muita gente morrendo no mundo por causa do casos do Coronavírus.

Anjo- Eu vim lhe avisar que estou muito preocupado com a vovozinha, ela está muito teimosa e não  quer usar a máscara,  como a senhora sabe, ela é do grupo de risco e tem muita gente morrendo no mundo por causa do casos do Coronavírus.

Dona Chapelão- Meu Jesus!  O senhor pode me explicar porque está sem máscara?

Anjo- Me desculpe! Estou muito preocupado... está na hora da vovozinha tomar o remédio da pressão!

Dona Chapelão-( Entra em casa e entrega uma máscara ao anjo)  Antes de dar os remédios da vovozinha lavem bem as  mãos com água e sabão e não esqueça de colocar máscara.

Anjo- Fique tranquila!  Uso álcool gel em tudo.  Fui  !!!!!! A vovozinha mandou dizer que está com saudade de Chapeuzinho Vermelho.

Dona Chapelão- Eiii...Volte aqui...Você não falou o que era a primeira coisa que veio me falar.

Anjo- Ô senhor, eu esqueci, acho que estou com sequelas do Coronavírus....Mas eu acho que não era nada demais, até logo!!!

 Dona Chapelão – Está bom então, se cuide, vou mandar a Chapeuzinho levar umas máscaras para a vovozinha mas tomando todos os cuidados possíveis. Muito obrigada!!!

Dona Chapelão (Gritando) - Vou   mandar Chapeuzinho Vermelho visitá-la e levar mais algumas máscaras.

Mãe-(Chamando Chapeuzinho Vermelho) Chapeuzinho Vermelho! Chapeuzinho Vermelho!(vai procurando a filha até sumir do palco)

Chapeuzinho- Quem está me chamando! Mamãe? Para onde ela foi?

Mãe-(Entra pelo proscênio à direita) Onde será que a Chapeuzinho Vermelho se meteu?(Chapeuzinho chega bem devagarinho e dar um susto na mãe.)

Mãe- Meu Deus ! O lobo mau!

Chapeuzinho- Que nada sou eu mamãe!

Mãe- Isto não é coisa que se faça minha filha você quase me matou do  coração!  Não escutou  eu lhe chamar? Você estava aonde?

Chapeuzinho-Eu… estava  no  fundo do quintal…brincando com os   passarinhos, plantinhas e os coelhinhos…

Mãe- Enquanto a sua mãe arrumava a casa, sozinha né!

Chapeuzinho-Desculpe,  mamãe…eu vou varrer agora mesmo.

Mãe- Nada disso. Você agora vai até a casa da vovó ver como ela está. Assim que o bolo de tapioca estiver pronto para levar .

Chapeuzinho- Que aconteceu à vovozinha, mamãe ela pegou o Coronavírus?

Mãe- Graças a Deus não! Quando você chegar lá mantenha o distanciamento social, lembre-se  as crianças são assintomáticas, não pode abraçar nem beijar a vovó.

Chapeuzinho Vermelho- Pode deixar mamãe! Por que a vovó não vem morar com a gente?

Mãe- Por que ela gosta da casinha dela e mora lá há muitos anos e além do mais tem um anjinho que toma conta dela.

Coelha- A senhora viu meu marido?

Mãe- Quem?

Coelha- O Coelho.

Mãe-Não.

Coelha- Obrigada, estou  com pressa…

Mãe-Quem é a senhora?

Coelha- Sou a coelha procurando o coelho. Será que o lobo comeu meu marido? Meu Deus!( Sai apressada.)

Chapeuzinho- (Rindo) Coitada! Está nervosa  à toa. Então não sabe que o lobo   mau está no Jardim Zoológico?

Mãe- (Saindo de casa) Pronto, minha filha; aqui está a cestinha com frutas, biscoitos, doce de banana, requeijão e rapadura. Além das máscaras e o alccol em gel, separados nessa sacolinha. O sol porá em breve, e o caminho quando está escuro é muito difícil e perigoso. (Ajeita a filha.)

Chapeuzinho- Mamãe, vou  dormir hoje com a vovó?

Mãe- Vai sim. E amanhã  cedinho eu estarei lá,  levarei o bolo de tapioca que ela tanto gosta, porque não vai ficar pronto a tempo.

Chapeuzinho- Adeus, mamãe…

Mãe- Espere,  minha filha. Você sabe mesmo o caminho da floresta?

Chapeuzinho- Sei,  mamãe.

Mãe- E você promete ir direitinho sem conversar com ninguém?

Chapeuzinho- Prometo,  mamãe.

Mãe- E se você encontrar um esquilo?

Chapeuzinho- Eu saio atrás dele, mamãe.

Mãe- Mas e se ele for por um caminho que você não conhece?

Chapeuzinho- Eu digo até logo… e volto.

Mãe- Ainda bem. Então vá direitinho, sem conversar e tocar na mão de ninguém, ninguém viu?

Chapeuzinho- Não converso não, mamãe… mas …

Mãe- Mas o quê?

Chapeuzinho- Se eu encontrar…

Mãe- E se você encontrar o lobo mau?

Chapeuzinho- Ora, mamãe!...O lobo Mau  não   faz medo a ninguém,  ele está preso no Jardim Zoológico.

 Mãe - É verdade. Mas mesmo assim tenha cuidado, vá direitinho e não converse com ninguém. Pois a Pandemia do Coronavírus dominou o mundo.

Chapeuzinho- Mamãe qual é mais perigoso o Lobo Mau ou o Coronavírus?

Mãe – ( Severa) Chega de conversa vá logo e não converse com ninguém e tome cuidado.

Chapeuzinho- Está bem,  mamãe… Eu não converso com ninguém…(Sai.)

Caçador- (Chegando aflitíssimos) Ó de casa! Ó de casa!

Mãe- Olá senhor caçador o que procuram por aqui? ( Com o vidro de álcool em gel)

Caçador – Estou muito aflito.

Mãe-  Por que?

Caçador - O Lobo Mau fugiu do Jardim Zoológico!

Mãe- Meu Deus! Meu Deus! Meu Deus! ( Desesperada)

Caçadores- Não tenha medo! Vou pegá-lo! Com o caçador da floresta ninguém pode!

Mãe- Mas ela vai atravessar a floresta sozinha!

Caçador - Que perigo!

Caçador  - por  esta eu não esperava…(Sai)

Mãe- Me  esperem …. me  esperem… ( Torna a voltar. para)  O bolo de tapioca!

 

 

 

Segunda Cena

( Escurece  a cena. Enquanto  é retirada  a casa do cenário as árvores tomam suas posições. Esta cena se passa no proscênio; surge a coelha muito aflita e pergunta  à platéia)

Coelha- Alguém viu por aí  o meu marido, o coelho? Ninguém?... Meu Deus!  Preciso achar o coelho meu marido. Você viu o meu marido coelho por ai?

Anjo- Não  vi  ninguém dona coelha...Já passou da hora do remédio ... deixei    a vovozinha sozinha, coitada... Ah! Como é difícil ser anjo...  O remédio... O remédio...

Caçador- (Com a mão na testa farejando o horizonte, ao toque do tambor) Não  vejo nada, nem consigo sentir o cheiro do lobo mau por causa das sequelas do Coronavirus, fiquei sem olfato. Mas o meu instinto me diz que ele está perto, já estava cansado de tomar  conta desta floresta onde não acontecia nada. Chegou a hora ser herói. Estou em forma. Estou aflito também. (Saí ao som de tambor) Vou defender minha floresta. Vou ser um herói!

Mãe - Sr.   Caçador ...Sr. Caçador  me  espera...minha filhinha está em perigo...(Saí.)

( Ouve-se  uma risada na plateia e surge o lobo levando uma maleta de viagem escrito “Jardim Zoológico”. Sobe o   proscênio.)

Lobo- Cheguei! Cheguei a minha  floresta ! E todos já estão com medo! Vocês  viram a prosa do caçador?  Faroleiro! Pensou que podia me deixar preso no Jardim zoológico... Meu lugar é aqui na floresta. Esta floresta é minha! ( A  cortina [se houver] se abre e aparece a floresta cheia de árvores humanas, estáticas.)

Arvores- Oh!

Lobo - Quem manda nela sou eu... (Corre pela floresta )Vou descansar um pouco da viagem(senta-se na malinha), e vou  começar a agir...Preciso preparar um jantar  bem gostoso...depois daquela gororoba do Jardim Zoológico, meu estomago esta precisando de uma...(passa a coelha aflita, olha  para todos os lados , para suspira forte e sai)...uma coelha frita com legumes...Ah! Ah! Ah! ( Sai. As  conversam uma com as outras como se  fossem comadres.)  

1ª Árvore - O lobo voltou!

  Árvore - O lobo voltou!

2ª e 3 ª   É ele!

  Árvore - O lobo voltou!

 Troncos-  É ele!

2ª Árvore-  ( Voz bem fininha sempre)  O lobo voltou!(Ouve-se o cantar dos passarinhos como se  estivessem fugindo. Ás árvores olham para cima...)

  Árvore -     Lá se foi...

  Árvore - Lá se foi...

3 ª  Árvore- Lá se foi....

Todas- A paz da nossa floresta..

1ª Árvore-  E agora?

  Árvore- Ninguém mais vem passear no bosque...

 1ª Árvore – Ninguém mais vem tomar sombra  debaixo de mim.

3ª Árvore- Minhas   jacas...minhas jacas...vão apodrecer  nos galhos.

2ª Árvore-Tudo  porque...

 Todas- O lobo voltou!

(Deixam seus lugares e duas a duas  começam a se lamuriar  e a  chorar.)

3ª Árvore-  Eu disse que ele voltava!

Todas voltam ás suas posições olhando  para Tinoco que entra  cantando, seguido da coelha.)

 Coelha- (Desesperada) Ninguém  viu o coelho meu marido?

Caçador- O lobo fugiu...  espera que eu te pego, vou colocar as minhas luvas para evitar o contágio do coronavirus...chegou a hora de ser herói!

(Ás árvores agitam as mãos quando passa o caçador e se curvam  triste quando passa a mãe.)

Mãe – O lobo fugiu...Minha filhinha...Minha filhinha  sozinha.

    Árvore- Todos estão fugindo1             

   Árvore- Fugindo assustados!      

3 ª  Árvore– Fugindo....

Todas - Do lobo Mau!  (Ouve – se o Chapeuzinho Vermelho cantando ao longe  calmamente. As árvores param e fazem mimica de escutar.)

   Árvore- Ela não sabe de nada ...

  Árvore- Ela não sabe que o lobo fugiu!

3 ª  Árvore- Ela não sabe de nada!

1ª Árvore– Coitadinha!(  Murmúrio aflito de árvore.)

Todas- Psiuuuuuu....Aí    vem ela...                                                                                                                                                                        Árvores- ( Muito orgulhosas) Nem tanto...

Chapeuzinho- A mangueira    está   carregada de  mangas.( A mangueira sorrir  com satisfação) Amanha virei apanhar um cesto cheinho  para levar para a vovó...E a jaqueira tão bonita! (jaqueira se anima toda). Esse coqueiro está meio nanico.... (Encosta a mão no coqueiro que sente Córsega e ri alto) Eu  acho   que ele precisa é de um pouco d’água.(sai e volta com um regador molhando o coqueiro que sente satisfação e diz)  Que frio!

Árvores- Que frio...

Chapeuzinho-( Passeia um pouco mais na floresta, cantando baixinho a até que vem  para o proscênio e se espreguiça bocejando. As árvores fazem o mesmo gesto. Procura um lugar, deita-se perto da Jaqueira. As árvores voltam silenciosas ás suas posições. Passa o lobo olha para trás e desaparece p elo outro lado. Aparece o caçador no mesmo ritmo, de espingarda em punho. As árvores balançam as mãos alegres. O caçador desaparece do outro lado. Repete-se     esta perseguição umas quatro vezes, sempre num ritmo   cada vez mais apressado.  Assim que desaparece o caçador pela última vez, o tambor   para bruscamente. O lobo volta sozinho.)  

Lobo- Uf!  Desta escapei!  O bobo do caçador está crente que eu fui  para o outro lado do  rio...ah!... ah! ... ah!... enganei-o direitinho.(Sente  cheiro)  Que  cheiro bom! Que cheiro gostoso...(Procura de onde vem o  cheiro.)

  Árvore- A cestinha!

1 ª  Árvore- A cestinha!

As outras- A cestinha!

Lobo -  Que cheiro apetitoso...Oh!(Dá com a cesta.)

3ª Árvore-  Ele viu!

  e  2ª Árvores– Ele viu!

Todas- Oh!

Lobo- Uma cestinha  cheia de petiscos! Quem será o dono destas guloseimas? Se for o caçador da floresta  ( as árvores baixam os braços aflitas)  eu desapareço.(   As árvores levantam os braços bruscamente) Se for o guarda do Jardim Zoológico (  árvores  descem braços) Mas se for da menina do Chapeuzinho Vermelho...bem...eu...( lambe os beiços) eu...faço...0h!( dá com a menina)Lá está ela dormindo...que gracinha, meu Deus! Que coisinha mais  bonitinha...Que delicia vai ser comê-la com batatas fritas e  batida de maracujá. Mas é preciso primeiro não assustá-la...Deixe-me ver ...(Fica pensativo)E torna a  voltar  com mascara de cordeirinho!(Sai e torna a volta  com a máscara de cordeirinho; imita-o)Meee...Meee...Não...tive outra idéia.(Torna a sair. As árvores abaixam os braços   e olham curiosas na direção em que o lobo saiu. Quando ele  volta , levantam  os braços.  O  lobo aparece vestido de velho,barbas longas, chapéu de palha.)!

Lobo-E  se eu aparecer fingindo que sou um velhinho! Uma esmolinha  pelo amor de Deus( Tirando o disfarce  ) Não...tive outra idéia.(Sai. Ás árvores.)

Árvores- Malvado! Cinico!

Troncos- Fingido!

Árvores- Vira-lata! Bobo! Facínora! Antropófago!  Prepotente! etc...

Lobo- ( Vestido de anjo) Quem sabe  é melhor ela pensar que eu sou um anjo vinho do céu? ( Dá uma volta entre as arvores, tropeça no tronco e leva um bruto tombo. As árvores     dão uma gargalhada. O  lobo saí.)

2ª Árvore- Com anjo não se brinca.

3ª Árvore- O céu pode  castigar .

Tronco- Bem feito!

Lobo-(Entra correndo e dirige-se a plateia)  Vou  fingir  que sou eu mesmo mas...bonzinho...Isto mesmo. Não    menina que resista a um lobo mau fantasiado de  bonzinho...e que sofre...ah!ah!ah!...(Deita-se no chão com ares de sofredor)  Ai...ai...ai...

Chapeuzinho- Levantando-se alguém está gemendo...

Lobo- Ai...ai...ai..

Chapeuzinho- Que gemido triste, meu Deus...

Lobo- Ai.. .ai...ai..

Chapeuzinho- Alguém deve estar precisando de ajuda. ( As árvores fazem que não com a cabeça.)

Lobo- Ai...ai...ai...

Chapeuzinho- (Dando com o lobo) Um lobo caído no chão! Que gemido triste, meu Deus...

Lobo- Ai...ai...ai...

Chapeuzinho-Será o lobo mau? (Árvores fazem sim.)

Lobo- Ai...ai...ai..

Chapeuzinho- Lobo mau não geme assim...come logo a gente!

Lobo- Ai...ai...ai..

Chapeuzinho- Não pode se ele... deve  ser outro...O Sr. é o Lobo Mau?(Árvores  fazem que sim.)

Lobo-( Com voz rouca) Sou lobo bom...

Chapeuzinho- Ah!  Bem... ( Faz um sinal da cruz) Eu  estava  achando mesmo que   não podia    ser o lobo mau... O que é que  o Sr. tem?      

Lobo- Machuquei a minha patinha, e mal posso caminhar.

Chapeuzinho- Coitado... Quer que eu ... ( Lembrando-se) já iam me esquecendo...não posso ficar sem máscaras, não devo conversar com ninguém...(pega a  sua  cesta) Até logo, seu Lobo Bom...

Lobo- (Lamentoso) Ai...pobre de  mim. Ninguém vem   conversar comigo. Fui atacado pelo  lobo mau. Eu estava apanhando flores quando aquele bruto apareceu.

Chapeuzinho- Oh! Que horror! ( Pausa) como  é que ele poderia  atacar o Sr. se ele   está preso no Jardim Zoológico? Que gemido triste, meu Deus...

Lobo- Fugiu, menina,  fugiu...

Chapeuzinho- Oh!  Que  perigo! Mas Sr. Lobo como é que o Lobo mau vai  atacar o Sr. que é lobo também? Vocês não são irmãos? A vovó  disse que um lobo não come  outro lobo...Nem gente come outra gente. Que gemido triste, meu Deus... ( Durante este diálogo as árvores lentamente vão se afastando para o fundo do palco formando uma, espécie de clareira onde Chapeuzinho e o lobo se  movimentam.)

Lobo- Mas nós não somos irmãos... não...somos...primos longe...Eu sou o  primo pobre. Ele  tem uma raiva louca de mim.

Chapeuzinho- Por que?

 Lobo- Porque eu estou ficando em casa na Pandemia para evitar o contágio do vírus mas ele não entende e não para quieto. Além disso, eu  sou bonzinho e gosto de brincar com os  cordeirinhos.

Árvores- Mentiroso...

Chapeuzinho- (Na dúvida) Sinto muito não poder ficar mais um pouco  com o senhor, mas  é que  a vovó está sozinha  e preciso levar minha cestinha  para ela e orienta ela sobre o Coronavirus.( Ela se encaminha para fora. O lobo finge está chorando.)

 Chapeuzinho- É isso mesmo... .lobo é sempre  lobo...Eu tenho que ir embora....Já esta escurecendo....a vovozinha esta me esperando,  coitadinha...( Vai saindo.)

Lobo- Ai....ai....ai... a sua vovozinha que é feliz de receber visita...(Outo tom)Ela mora muito longe?

Chapeuzinho- Mora na virada da segunda  curva, depois da mangueira grande.

Lobo-  Ah!  Na virada da segunda  curva, depois da mangueira grande ...sei...sei...E ela esta mesmo  sozinha?

 Chapeuzinho- Eu tenho que ir embora....Já esta escurecendo....a vovozinha esta me esperando,  coitadinha...( Vai saindo.)

Lobo- Coitadinha. Você deve mesmo ir logo.

Chapeuzinho- Adeus seu lobo bom. Você foi o primeiro lobo bom que eu encontrei.

Lobo- Adeus menininha. Você foi a primeira menina bonitinha e  engraçadinha (Vai se aproximando).

Chapeuzinho- Oh! Senhor lobo...

Lobo- Coitadinha. (Triste)  Um lobo é sempre um lobo...

Chapeuzinho- Então adeus, preciso  ir depressa... (A menina sai.).

Lobo- Chapeuzinho Vermelho! Chapeuzinho Vermelho!...vem  cá...(Ela volta) Você tem  coragem  de ir por  este caminho?

Lobo-  Ainda bem que sou  seu amigo para lhe avisar...

Chapeuzinho- Avisar o quê?

Lobo- É justamente por ali  que se acha o meu primo longe...

Chapeuzinho- O lobo mau?

Lobo- É justamente. Está lá à espreita dos pobres cordeirinhos  que passam... Só ontem  comeu duas dúzias de passarinhos. Você quer encontra-los?

Chapeuzinho-Não, senhor lobo, não... senhor lobo bom...

Lobo- (Para o público) Já estou perdendo a paciência ...Afinal um lobo é sempre um lobo!...O quê?

Chapeuzinho-( Notando  que o lobo está de pé) Ué...o  senhor já esta bom?           

Lobo-(Caindo de novo)Não...ai...ai...é que quis salvá-la das mãos daquele facínora...daquele malvado...daquele...

Chapeuzinho-Não faça tanto esforço não senhor lobo...

Lobo-Quero lhe ensinar um atalho para chegar à casa de sua avó sem  perigo algum.

Chapeuzinho-  Existe álbum caminho mais curto para chegar a casa da vovó?

 Lobo- Um caminho que eu só ensino a meus amigos...

Chapeuzinho- Bondade sua, Sr. Lobo.

Lobo- Olhe. Você vai por ali, até encontrar um pé de tangerina. Depois dobre para onde o sol se põe, até chegar ao mamoeiro. Lá é só seguir que encontrará a casa de sua avó.

Chapeuzinho-  Até o pé de tangerina, depois dobro para onde o sol nasce.. 

Lobo- O sol se põe...

Chapeuzinho-É isto mesmo, para  onde o sol se põe, até o mamoeiro...

Lobo-E chegará muito mais depressa..

Chapeuzinho- Adeus, lobo bom. Muito obrigada... (Sai)

Lobo-Adeus, menininha... ( Levantando-se e mudando de tom e de atitudes)até breve...Vá  direitinho meu benzinho. Caiu que nem um patinho. Ah! Ah! Ah!  Ah! Ensinei a ela o caminho mais comprido... Enquanto andar procurando o pé de tangerina, já estarei há muito com a velhinha no papo...minha. Sou formidável....Farei farofa de ovo e comerei a vovozinha frita no azeite...  o Chapeuzinho, tão fofinha ,  será minha sobremesa...Ah! Ah! Ah! Ah!  (Entra a coelha.)  

Coelha-(Interrompendo o lobo que ainda ri)  Com licença o Sr. vi por ai o meu marido, o  coelho?

 Lobo- O quê?

Lobo-(Fazendo caras   horrorosas)A senhora coelha sabe com quem está falando?

Coelha-(Sem se impressionar) Não viu não?...Obrigada... (Sai suspirando forte)ai...ai...

Lobo-Como? Então esta coelha não teve medo de mim? Não viu logo que eu sou o lobo mau?(Desconfiado, ele tira um espelho do bolso) Será que estou ficando com cara de bom? (Faz caretas horrorosas no espelho com gestos e passos; amedronta-se ) Ui! Com esta cara de mau ninguém  pode...a coelha deve estar biruta...continuando cada vez pior...(Cantando) eu sou o lobo mau...lobo mau...lobo mau...misturo as criancinhas   no meu prato de mingau...(Neste momento   o tronco, perdendo a paciência, levanta-se e dá um pontapé no lobo que assustadíssimo sai correndo; o tronco e as árvores dirigem-se para onde o lobo saiu.)

1ª Árvore- O lobo vai chegar primeiro e vai  comer a velhinha!

3ª Árvore- Coitadinha!

2ª e 1ª Árvores- E quando a menina entrar!

1ª Árvore- Que horror!

Todas-Ele  acaba o jantar!

Todas- Mas  que dor!(Ouve-se o ritmo do caçador.)

Todas- O caçador! (Voltam todas  ás suas posições.)

( O  caçador entra cantando “Eu sou o caçador da floresta”, passa glorioso  entre as árvores cantando com o coro das árvores que movem os galhos de alegria. O pano se fecha enquanto o caçador  continua cantando no proscênio.)

Caçador-Vocês viram por aqui um lobo muito fingido  e feio?(Espera a resposta) Viram?   Ah! Então  lá vou eu também...Ainda pego este bichão!(Sai. Sempre acompanhados pelo seu ritmo característico, passam a Coelha, as fadas  e Chapeuzinho cantando. Finalmente passa a mãe chamando pelo caçador.) (  Fecham se as cortinas)

 

Terceira Cena

 

( É  a mesma casinha do 1º ato vista por dentro(biombo). É  o interior da casa da vovozinha que dorme numa cadeira de balanço. Um baú de folha, o retrato do vovozinho na parede com flores. Fora, a mesma floresta. As árvores, pé ante pé, se aproximam da casa formando fila indiana.)

1ª Árvore-(Da janela) Daqui não se vê nada...

Todas- Oh!

3ª Árvore-( As árvores se reúnem e comentam) Vai acontecer tanta coisa,  e nós vamos perder!

2ª Árvore- Eu queria tanto ver!

1ª Árvore-(Dirigindo-se para o proscênio em frente a casinha da vovó) Só se nós ficássemos aqui...

Todas- Boa ideia  ,boa  ideia (  Vão se colocando.)

3ª Árvore- Daqui poderemos ver tudo sem atrapalhar ninguém...

2ª Árvore-  Estou tão nervosa!

 1ª e 3ª    Árvores- Eu também! Eu Também!       

2ª Árvore-Eu também! Que horror!  Quem chegará  primeiro?

  Árvore- Deve ser o Anjo!

3ª Árvore-Aposto que é a Coelha!

1ª Árvore- Psiu, Vem gente. (  Chega a Coelha  que para no centro do palco, olha para todos os lados, depois espia para dentro da casa da vovozinha pela janela, procura e sai por trás da  casa.)

Anjo -(Ainda fora de cena)  O xarope! O xarope! (Entra em casa  e pega o xarope) Vovó! Vovozinha! Dona  Zefinha! Como é difícil cuidar de gente surda! Não quero parecer um anjo  sem educação, mas é preciso...Não gosto de gritar com ninguém... Dona Zefinha! ... Dona Zefinha!...(Para Platéia) Querem nos ajudar?

Árvores- Dona Zefinha...Dona Zefinha...( Anjo senta-se no baú e reage animadamente os gritos da plateia com a colher de  pau.)

Vovó-(Acordando) Oh! Sonhei que ouvia todos os anjos do céu cantando...

Anjo- Anjinhos, sim.  Se não fossem  estes  meninos   nem sei como haveria de acordar a senhora...

Vovó- O quê?

Anjo-(Servindo o xarope) Nada, vovó; está  na   hora do seu xarope.

Vovó- Não quero mais remédio, (Bebe fazendo careta.) o que  eu quero é ir visitar a minha netinha...

Anjo- (Gritando) Não precisa  ir visita-la, dona   Zefinha, pois ela já vem ai...(Saí pra  dentro da casa.)       

Vovó- Preciso passear um pouco. Vou colocar minha máscara.

Anjo-(Entrando) Nem adianta colocar a máscara, não vai sair para lugar nenhum. Fica ai quietinha que vou dar uma volta. 

Anjo- Dorme mais um pouco que sua filha  vem aí ...(Começa a balançar a cadeira cantando “Ô Minas Gerais...”A vovozinha continua a cantar, ‘ O mina Gerais ...”Quem te conhece não esquece jamais. Ó Minas Gerais”. Vai adormecendo e ainda canta” Ó Minas Gerais’, e adormece o lobo aparece na janela e diz:)

Lobo- “Quem te conhece não quer te ver mais”... Ah! Ah! Ah! Lá esta ela bem sentadinha na  cadeira ... Estou na dúvida!  Comerei a velhinha com batatinhas em volta, ou frita no óleo de peroba? Oh!   Que dúvida1(Olhando para o lado da floresta) Quando chegar a menina, que ainda  custará uma boa meia hora...então... ai  que delicia!  Que sobremesa maravilhosa! Com bastante  suspiro  e creme de leite...Sorvetinho de brigadeiro com calda de chocolate. Não é possível,  que  perseguição ! (Esconde-se  por detrás das árvore )ai...esta árvore tem espinho...(Recebe outro beliscão) Outro espinho...(Sai e se esconde do outro lado atrás da cortina.)

Caçador- ( Bate a porta) Ó  de casa! (Torna a bater)  Dona Zefinha! Dona Zefinha

Vovó- Alguém chamou?

Caçador-(Entrando) Fui  eu , dona Zefinha, o caçador Pedro...sou caçador  da floresta...

Vovó- O vendedor da festa?  Senta, meu filho ...vou buscar um cafezinho pra refrescar um pouco.

Caçador-Não precisa não Dona Zefinha , quero só saber se não passou por aqui   um lobo muito peludo, muito magro, muito feio?..

Vovó-  O quê?

Caçador- Um  L-O-B-O!

Vovó-Ah! Bolo! O Sr..  prefere   café com bolo, não? Está bem, vou busca-lo... ( sai resmungando)Vendedor da festa...vendedor da festa...

Caçador- Não é isto não.  Oh! Não adianta insistir. Não tenho muito tempo a perder. O bichão deve estar por aqui e um caçador que se preza não deixa escapara um malvado assim á toa. Esta senhora está em perigo. Ela precisa de mim. (Ritmos do caçador quando ele sai) Como cansa ser herói! (Sai  de cena.)

Lobo-(Aproveitando o ritmo do caçador, entra em cena) Como cansa ser bandido! Ah! Ah! Ah!...(Entra na casa, examina um pouco e quando pressente a velhinha voltando, põe  apressadamente  o chapéu do caçador na cabeça.)!

Vovó-(Entrando) O bolo  já vem aí...(Ri; dá  xicara ao lobo e senta-se na cadeira) Pois é, meu filho, eu estava mesmo precisando de companhia...Fico tão sozinha aqui...mas você vende festa, é?...para que, hem?...

Lobo-(Percebendo que ela não notou a mudança) Para arranjar dinheiro para os pobrezinhos... (à parte) Ela nem notou a mudança. Além de surda não enxerga bem...está para mim...ah! ah! ah!

Vovó-( Notando que ele  ri, e que é feio) ? Já colocou a máscara foi? O  senhor  esta sentindo alguma coisa? Esta  com frio? Para que  tanta  roupa? Esta doente?

Lobo-(Matreiro) Estou doente, sim...

Vovó- Do dente coitado!

Lobo- Do dente, não, doente da alma...

Vovó- Calma... É preciso mesmo muita calma,  Sr.  vendedor...

Lobo- Não sou vendedor, sou caçador.

Vovó-Muita dor? Coitado...

Lobo- ( Perdendo a paciência) Não sou vendedor nem tenho dor nenhuma...sou  o lobo mau e vou comer a senhora agora mesmo...( Trepa no baú  e ameaça a vovó com caras horrorosas.)

Vovó- Coitadinho do  senhor...Imagino como essa dor o põe nervoso...Vou buscar   um chá de ervas que cura tudo...(O lobo rosna) Cura...cura tudo, até nervoso...(Da porta) É uma erva milagrosa que plantei na minha horta...(sai) Feio este vendedor meu Deus. Parece o finado compadre Gervásio.  ( A vovozinha fica meio perdida no meio do palco Iii...este caminho está comprido hoje ...acho que  estou ficando ceguinha...já nem conheço mais a  estrada...(Entra a coelha e encontra-a no meio do palco.)

Coelha- A senhora viu por aí o meu marido o coelho?

Vovó- O quê? (A  coelha  repete a pergunta  mas somente com a mimica   de boca, sem som algum. A vovó também responde   somente com a mimica de  boca,  e depois   diz: Vi! Vi sim... ( E sai rindo dirigindo-se  para a beira do proscênio. As árvores, quando  veem  que ela vai cair, seguram-na  pelo braço e atravessam o palco, guiando-a. Vovó quando passa  pela coelha que esta estatelada  no meio da cena Vi...vi sim...(Desaparece, rindo, com as árvores; a coelha, alegre,  tenta segui-las mas depois,   desanimada volta por onde saiu.)

Lobo- Esta velha surda da me põe maluco! Vou espera-la aqui detrás da porta e vou  comê-la de uma vez, que minha barriga   já está roncando de fome..(Ouve-se o canto  da menina. O lobo vai  até a janela) Ora bola, lá vem a menina! Que diabo,  não gosto de comer sobremesa depois antes do almoço... Tenho que me disfarçar. Esta menina é tão bobinha!...é  de família...vai ser fácil.(Enquanto fala abre o baú de folha e tira  um chalé da vovozinha, a touca e os óculos, veste-os e se mete debaixo da coberta, sentando-se na cadeira. Chapeuzinho se aproxima e para na janela.

Chapeuzinho- (Da janela) Vovó... Vovozinha!...

Lobo- (Com voz grossa) O que  é, minha netinha?

Chapeuzinho- ( Ainda da janela) Vovó que voz tão grossa!

Lobo- Você acha?

Chapeuzinho- Sim. Vovó a Senhora  está cumprindo todos os protocolos para evitar o Coronavírus?

Lobo- Sim. Comigo o Coronavirus não terá vez.

Chapeuzinho- Muito bem vovó fico feliz por a senhora está se protegendo contra a Pandemia! Mas  a sua voz está muito grossa!

Lobo- Foi que peguei um resfriado na voz...

 Chapeuzinho- Na voz?...

Lobo- É na voz, na barriga, no pé... ora, um resfriado inteiro...(Com voz grossa)

Chapeuzinho- Coitadinha da minha vovó... e  ainda por cima a solidão , não  é?

 Lobo- (Com voz grossa) E ainda por cima a  fome...(Voltando ao falsete) E ainda por cima o reumatismo.

 Chapeuzinho- Trouxe ovos, beiju, rapadura, doce de banana e queijo da região  para a senhora...Minha mãe mandou também máscaras e álcool em gel para a senhora passar nas mãos. (Enquanto fala, vai arrumando a coberta do lobo) Vovó... que  pele  é essa tão escura?

Lobo- A natureza, minha netinha... ( no falsete)  frio...muito frio...

Chapeuzinho- A vovó está tão esquisita hoje...

Lobo- Chega mais para  perto, filhinha, que eu quero te cheirar...

Chapeuzinho- Me cheirar?O seu olfato está bom então ne?Menos um sintoma do coronavirus.

Lobo- Cheirar o queijo, ora!Não estou com esse vírus não, menina!

Chapeuzinho- (Falando bem alto) Mamãe mandou um  recado...Ela disse que só vem amanhã porque tem que acabar o bolo de tapioca  que a senhora adora ...

Lobo-( Gritando) Não precisa gritar tanto, que não sou surdo!

Chapeuzinho- (Em tom normal) Ó vovó, então a senhora não é surda?

Lobo- (Em tom normal) Claro que sou, minha netinha...(Gritando) Mas é deste ouvido aqui, eu já estou ouvindo...

Chapeuzinho- (Gritando) Mas não precisa gritar tanto que eu não sou surda...

Lobo- (Abaixando a voz imediatamente) É mesmo, você não é surda...Então sua mãe vem amanhã?

Chapeuzinho- Vem sim...

Lobo- Mais uma almoço garantido, oba!

Chapeuzinho- Acho que a vovó  está sofrendo da bola...Vovó a sua máscara esta muito feia!

Lobo- (Se irritando) Não é da sua conta!

Chapeuzinho- Desculpa Vovó (Dá uma volta em torno da cadeira, observando-a) Vo-vóóóó...Por que a senhora tem essa orelha tão grande?

Lobo- É pra te escutar, minha netinha.

Chapeuzinho- Oh! E por que a senhora tem esse  olho tão grande vovozinha?

Lobo- É pra te olhar...

Chapeuzinho- Oh!...e   por  que a senhora tem esse nariz tão grande?

Lobo- É   pra te cheirar...

Chapeuzinho- (Quase chorando) Oh! e...e...para que a senhora tem esta boca tão grande, tão  grande...hem, vovozinha?

Lobo- É  pra te comer...

Chapeuzinho- Oh! Meu Deus, minha Nossa Senhora, estou muito  desconfiada que esta não é a minha vovó.(Ouve-se o ritmo do caçador. O Lobo se levanta) O lobo mau!

Lobo- Em carne e osso! Estou  perdido...Lá vem o caçador. Entra depressa neste quarto, menina, enquanto   tapeio esse caçador.( Fecha a menina  no quarto e torna a voltar para a cadeira.)

Caçador- (Da janela) Ó de casa! Ah! Tinha me esquecido  que a velhinha é surda...Boa tarde, dona Quinquinhas. A senhora viu por acaso  passar por aqui o Lobo Mau?

Lobo- Não,  não passou não. Ou melhor, passou sim. Passou e fugiu na direção do limoeiro...

Caçador-  Limoeiro?(Entra.)

Lobo- Estou com tanto medo, seu caçador...Será que o senhor seria capaz de pegá-lo?

Caçador-  quem? Eu? Ora, dona  Zefinha então à senhora não sabe que eu sou o quase  famoso Pedro Pirlimplimplim, filho  do já famoso lenhador Pedro Porlomplomplom? Aquele lobo  é canja pra mim...Pode ficar certa, minha  senhora(acaricia a cabeça  do lobo, que   faz trejeitos) que enquanto esta floresta  estiver aos cuidados do caçador  Pedro Pirlimplimplim, a senhora pode dormir em paz...(Faz que vai beijar a mão da vovozinha e dá com a  mão    do lobo) Então adeus, minha senhora. ( Os dois se entreolham por alguns instantes. Depois , num gesto  brusco, o caçador tira-lhe a  touca. O  lobo se levanta   e tira os óculos, chalé e manta de  cima de si. Os dois se põem em atitude de luta.)

 Caçador  -  O  lobo mau!  Comedor de crianças, ladrão de passarinhos... bandido.  (Depois de uma ligeira dancinha, lutam um pouco ao som de tambores e pratos etc. O caçador com uma corda amarra as mãos do lobo, que está sentado na cadeira, amordaça-o mas, quando  vai amarrar-lhe os pés, o lobo com as mãos amarradas dá um soco na cabeça do caçador  que cambaleia fazendo uma espécie de dancinha acompanhada de marimba e passarinhos  , até cair. O lobo se levanta e ainda de mordaça e as mãos amarradas sai da casa e dá com Tinoco que vem chegando assoviando e brincando.)

Anjo -  (Levando um bruto susto) Você  devorou a vovozinha?

Lobo  - (faz que sim.)                                                                           

Anjo – Você  devorou a  Chapeuzinho Vermelho?

Lobo – (Faz que sim)

 ( Anjo  começam  a chorar e o lobo foge para trás da casa. O Anjo   sempre chorando dá com a mãe, que vem chegando esbaforida, e sem poder falar, explica-lhe por mímica que o lobo  devorou a vovozinha e a Chapeuzinho Vermelho.)

Anjo  - (Chorando sempre) O lobo devorou  a vovozinha!

Mãe – (Chorando)  O lobo  devorou a minha filhinha!

(Repetem estas falas duas ou três vezes, quando chegam as árvores  com a vovozinha. As árvores param espantadas e começam a chorar fazendo coro.)

Vovó – (dando com a filha e Tinoco) Bolinho de tapioca!

Mãe – Vovozinha! Então o lobo não devorou a senhora!

Anjo- Dona  Zefinha conta tudo, o que aconteceu?

Vovó- queria tanto comer bolo de tapioca...Vamos, meus filhos, vamos todos que o senhor vendedor está nos esperando.

Anjo e Mãe – Senhor vendedor?

    (Neste momento o caçador volta a si, sentindo grande dor na cabeça)

Caçador – Como cansa ser herói... Onde está o bichão? Fugiu?  (Sai de casa e encontra os outros) Onde está o bichão?...

Mãe – Senhor caçador! Minha filhinha foi comida pelo lobo mau...

Caçador – Foi? Meus pêsames! Como?  Não é possível!

Vovó – Quer um pedacinho de bolo de tapioca?  Minha filha faz bolo de tapioca  como ninguém...

Caçador – Hei de encontrar aquele patife... Não fique mais ninguém nesta casa...Vamos procurar o celerado...Deve  estar por perto... (Distribui revolveres para Tinoco, vovó e mãe)  Se a menina do Chapeuzinho Vermelho, já está  fazendo a digestão... Vamos! (Saem em fila indiana, o caçador, a mãe, a vovozinha que não está entendendo nada, e Tinoco. Dão uma volta e saem pelo proscênio. A cena fica vazia. As árvores  se agrupam no meio do palco.)

2ª Árvore  - É incrível                                 

3ª Árvore –Magnífico!

 Árvores – Espetacular!

2 ª Árvore  - Impossível que este caçador  não tenha pegado o lobo!

1ª Árvore – E a menina?

3ª Árvore – Será que ele já engoliu a menina?

2ª Árvore – É incrível !

1ª e 3ª Árvores – Incrível, mas é verdade...

  (Ouve-se a voz da menina)

Chapeuzinho- socorro !socorro! Estou  presa....

 (As árvores  correm  para todos os lados como que avisando que a menina não morreu, enquanto falam.)

  Árvore – A menina....

2ª Árvore- A  menina....

  Árvore- A menina....

1ªÁrvore- A  menina  não morreu ....                             

3ªÁrvore-  A menina....

2ª Árvore- A menina...

Todas ( Entra o lobo e as árvores se agrupam novamente no meio  do palco, ficando estáticas.)

Lobo – ( Procurando  onde se esconder) Estou  frito!( Esconde-se   atrás das  árvores  que se entreolham e sussurram  um plano; depois três  de cada lado vão se  afastando até deixarem o lobo sozinho  no meio da cena  agachado e com o rosto nas mãos. Chegam  o caçador e os outros. As  árvores  murmuram  “Ali, ali” mostrando o lobo que se  julga coberto por elas. O caçador  faz “Psiuuu” e vai se aproximando devagar. Quando está bem perto , a vovozinha muito espantada diz)

Vovó-Está com frio meu filho? ( E bate nas costas  do lobo.)

(Este dá um salto e começa uma espécie de dança entre eles, inclusive  as árvores, como se o lobo  procurasse fugir e os outros não deixassem, dois passos  para um lado e dois para outro. Vovozinha pensa que eles querem  dançar e começa a marcar uma quadrilha, ao som de um acordeon que se ouve nesta momento. Todos dançam animadamente.)

 Vovó- Dois prá lá..... Dois prá cá..... 

( Ao som de uma pancada de tambor a música  cessa bruscamente e todos param, voltando à  posição de ataque, salvo a vovó que continua a dançar animadamente e se põe na frente do caçador.)

Chapéuzinho- (De dentro) Socorro! Socorro!

Todos (menos vovó) Chapeuzinho Vermelho!

Chapéuzinho -Socorro! (Todos  ficam pasmados, enquanto  a mãe entra na casa e abre a porta) Estou presa...

Mãe- Minha filha!

Chapéu- (Saindo) Mamãe! (Abraçam-se.)

Mãe-  Minha filha ! Deixa  eu ver  se  você está inteirinha.( Conta alto os dedos das mãos) Está  sim !  Que susto, minha filha! Venha  ver...(saem as duas. Chapeuzinho se assusta com o lobo.)

Chapéuzinho- O lobo mau!

Caçador- Não tem mais perigo algum!(puxa o lobo   pela coleira) Vamos seu malandro que você só serve  para   ser visto atrás das grades.( Sai  solenemente puxando o lobo  acompanhado pela vovozinha e por Chapeuzinho . Quando chegam  no proscênio o pano se fecha.)

CENA FINAL

 Tira-se  o cenário e as árvores  voltam às  suas primitivas posições da 2ª cena cena. A mãe senta-se num banquinho  perto do tronco fazendo tricô. As fadas brincam  pela floresta.

 Enquanto se faz essa mudança, no  proscênio , a  ação continua: O caçador puxa o lobo dizendo:

 Caçador  - Vamos , para o Jardim Zoológico!

  (Aparecem  no proscênio a vovozinha e chapeuzinho.)

 Vovó- Espera... Espera, seu vendedor  da festa...espera o cafezinho...

Lobo-Adeus, Dona  Zefinha ... Se a Srª. Precisar de um lobo vira-lata para cuidar da sua horta, é só me chamar no Jardim Zoológico.

 Caçador- Nada de conversa, seu lobo mau... Vamos! (Saem.)

 Coelha- ( Para o Lobo e o Caçador)Vocês viram por ai meu marido? O Coelho!

 Lobo- Esta coelha de novo!

Coelha- Não obrigada, estou  com pressa

Caçador- ( Puxa o lobo pela coleira) Vamos  logo para o Jardim Zoológico,

(Vovó  e  Chapeuzinho  as árvores cantam)

 Árvores -  Vamos passear pelo bosque, enquanto seu lobo não vem...

                  Vamos passear pelo bosque enquanto seu lobo não vem...

 (Chapeuzinho, mãe e vovó  atende ao convite do anjo  e todos  dançam . O pano se fecha e a  coelha passa pelo proscênio  em disparada.)

Coelha- Você viram  o coelho  meu marido?

 

CAI O PANO