Envelheci. A cal da sepultura
Caiu por sobre a minha mocidade...
E eu que julgava em minha idealidade
Ver toda geração futura!
Eu que julgava! Pois não é verdade?
Hoje estou velho. Olha essa neve pura!
Foi saudade? Foi dor? foi tanta agrura
Que eu nem sei se foi dor ou foi saudade!
Sei que durante toda travessia
Da minha infância, trágica, vivia,
Assim como uma casa abandonada.
Vinte e quatro anos em vinte e quatro horas...
Sei que na infância nunca tive auroras,
E afora disto, eu já não sei mais nada!
Augusto dos Anjos
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