quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

O HOMEM E A BANANEIRA




O homem quer  falar
Mas não consegue
Quer gritar a voz não sai
Levanta, senta, pula.
Olha para o muro
Vê as grades
Enxerga  as bananeiras
Percebe a garça sem graça
Ouve o canto do grilo
Queria saber cantar
Mas este dom lhe foi negado
Pensou música  é o balsamo da alma
Ele necessitava dela
O grilo cantou de novo
A lua nova apareceu
Duas estrelas dançaram
Ele continuou mudo
Tornou-se estatua
O muro, as grades,
A bananeira e a graça sem graça
Continuaram ali na sua  companhia.



Mário Silva 

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