sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

O BEIJO DA MORTE


A gênese da minha morte veio comigo ao nascer, choramos, brincamos, crescemos juntos na infância , na adolescência , continuamos a caminhar.

 Hoje já estamos próximos ao meio século não sei quando iremos de fato nos casar, pois o beijo nupcial desta figura é temido por todos os mortais.

Um dia partíramos juntos deixaremos o jardim da saudade para quem fica, iremos em busca da liberdade espiritual.

 Vermes e germes já estão prontos para disputarem a minha carne  podre quando o momento inusitado da partilha chegar.

Será a disputa mais sabia que já existiu, a natureza está cumprindo as suas próprias leis, a liberdade da alma esta presta a acontecer!

Quando os olhos dos mortais se fecham e a respiração cessa acontece o momento espantoso triste doloroso para muitos mortais que é a morte da carne.

O entrelace matrimonial é realizado   com este ultimo   beijo, em que a vida me entregará a morte.


Mário Silva
19/06/2009

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