sexta-feira, 29 de maio de 2015

Os espectros





                                 
Precisamos  acreditar !
É bom ter  esperança !
Ter na mente a certeza da bondade do coração.
 Vê malícia o tempo todo é falta de amor.
É medo das  próprias ações
Fantasmas  estão  na sua  alcova!
Pare de enxergar sua imagem no outro.
A desilusão tomou conta da sua alma.
Chega de julgar todos  como   um traidor!
Acredite que existem pessoas capazes de amar.
Só os “cegos” não conseguem vê uma mão estendida.
Coloque os óculos veja tudo ao seu redor,
Abra os olhos veja é bom ter amigos.
O medo só traz solidão.
Mário Silva






quinta-feira, 28 de maio de 2015

O Senador e o Nerd



Um senador importante
Embarcou num avião
De São Paulo à Brasília
E observou então
Que na poltrona ao lado
Estava acomodado
Um tranquilo garotão

Com grande livro na mão
E neste se concentrando.
O Senador esnobado
Conversa já foi puxando
“Larga esse livro escolar
Vem comigo palestrar
Para o tempo ir passando”

O menino aparentando
Ser um nerd descolado
Fechou o livro e falou
“Qual o tema é abordado?”
Já que era um juvenil
“O futuro do Brasil!”
Respondeu determinado

O guri super dotado
Apresentou um porém
“Posso fazer uma pergunta
Antes de irmos além?”
“Claro”, disse o senador
E uma charada sem pudor
Fez com um ar de desdém:

“Se o boi e o cavalo
Assim como o carneiro
Tem pelo mesmo alimento
Um apetite certeiro
Já que grama e vegetais
Mantêm esses animais
De janeiro a janeiro...

Mas se desses o primeiro 
Que é o Boi em questão
Excreta placas de esterco
Chega a chamar atenção
Cavalo larga pelotas
Já o carneiro bolotas
Como obra da digestão

A minha interrogação
A qual me autorizou
É o porquê da diferença
Na produção do cocô
Se todos comem igual
Por que cada animal
Diferente defecou?”.

O Senador se assustou
Com certeza ele não via  
Que por traz de um excremento
Tanta ciência havia
E após pensar calado
Se rendeu encabulado

Confessou que não sabia

“Como logo eu previa
Passo então a concluir
Como que o nosso futuro
O Senhor quer discutir
Sem nem de merda entende
Nada mais me surpreende”
E tornou o livro abrir.



Autor:Ismael Guedes Pereira
















quarta-feira, 27 de maio de 2015

Nesse sofrido torrão





Ô Vivi Meu camarada 
 Hoje mudei a toada
Atendi sua chamada
Pra cumprir uma missão
Versejar sobre o sertão
E essa seca inclemente
Que assola diariamente
Esse sofrido torrão

Os meses vão se passando
O sol ardente queimando
E o povo lastimando
É grave a situação
Tá morrendo a plantação
Aguadas não existem mais
Já morrem os animais
Nesse sofrido torrão

Cá no sertão da Bahia
Já não existe alegria
Pois a seca todo dia
Vem castigando o sertão
No brejo e no chapadão
Caatinga não tem mais nada
Tanta terra arrasada
Nesse sofrido torrão

Morre a rama e o capim
A batata e o aipim
O lavrador diz assim
Meu  Deus dai a solução
Mandai chuva pra o sertão
Pra se plantar e colher
E a gente poder viver
Nesse sofrido torrão

Não se ouve de manhã
O cantar da Jaçanã
Nem o coaxar da rã
Pois secou o ribeirão
É grande a desolação
Desse povo sertanejo
Ao ver todo o seu desejo
Fenecer nesse torrão
Pros lados do Xororó
Nem jacu e nem socó
Já não tem mais curió
Nem ave de arribação
Dá uma dor no coração
A realidade é triste
Forte é o povo que resiste
Nesse sofrido torrão

Nesse panorama eu vejo
Como sofre o sertanejo
Quando acaba o seu manejo
Ao morrer o alazão
Cavalo de estimação
E a vaca Salomé
Com o bode barnabé
Nesse sofrido torrão

Diante desse relato
O sertanejo de fato
Diz “é o momento exato
De deixar  esse sertão”
Com tristeza e comoção
Deixa os filhos e a mulher
Seja lá o que Deus quiser
Adeus sofrido torrão.

Autor: Ismael Guedes Pereira